sábado, 8 de setembro de 2012

DIA DO ADMINISTRADOR


SER ADMINISTRADOR é:

"ter serenidade para solucionar problemas, foco para atingir metas, paixão por construir idéias e atingir objetivos liderando pessoas." (Clicia Tosta)


terça-feira, 4 de setembro de 2012

ARTIGO - TCC


     A ATUAÇÃO DOS TUTORES NA MODALIDADE EAD
                               
                                         Rozania Maria de Souza1
José Augusto Silva Rocha2
Curso de Pós Graduação – Especialização em Metodologias e Gestão para EaD
Jundiaí - SP

                             

                             

 

 

RESUMO



O presente trabalho refere-se ao TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) - requisito obrigatório para a conclusão do curso de Pós-Graduação em Metodologias e Gestão para EaD, promovido pela Anhanguera Educacional. “A atuação dos tutores na modalidade EaD”, é o tema abordado e diz respeito ao desconforto que ocorre quando se ouve reclamações por parte dos acadêmicos, especialmente quando percebemos a evasão dos mesmos por motivos não justificáveis. Neste artigo, buscamos respostas para inquietações como: a) Estas situações são de responsabilidade das tutorias? b) Será que as tutorias não têm acompanhado, interagido, orientado, motivado, estimulado e incentivado o acadêmico adequadamente e o suficiente para a autonomia e a responsabilidade da autoaprendizagem? c) Ou será que, o “burbúrio” existente, deve-se a interpretações equivocadas por parte dos acadêmicos sobre a real função e as diferentes responsabilidades existentes entre as Tutorias? Somado a falta de maturidade do aluno para com a modalidade da Educação a Distância? Depois de estudos dirigidos e aprofundados durante este curso de Especialização Lato Sensu, de pesquisas bibliográficas e de observações realizadas in loco além de entrevistas com docentes e discentes, como metodologia adotada; acreditamos que conseguimos encontrar respostas para nossas inquietações as quais compõe o item considerações finais.






Palavras-chave: Educação a distância; Professor; Tutor a distância; Tutor Presencial; Aluno EaD.









1 Autora – Graduada em Administração de Empresas, Pós-Graduada Especialista em Marketing Empresarial e Pós-Graduanda Especialista em  Metodologia e Gestão para EaD.

2 Orientador – Graduado em Matemática Plena, Pós-Graduado em Docência no Ensino Superior com ênfase em Avaliação.


INTRODUÇÃO


No contexto da teoria existente pertinente a EAD, a Tutoria é enfatizada como a função que sustenta o sucesso da resposta positiva do acadêmico, nesta modalidade de ensino. Assim, esse artigo visa ressaltar e reforçar as principais atividades da Tutoria <Presencial e Virtual>, a fim de confrontar o que propõe o contexto funcional e o grau de satisfação dos estudantes.
Os bastidores do mundo acadêmico despertam a necessidade de investigar e avaliar, o que está faltando na atuação da Tutoria, tendo em vista, o que predispõe o conceito ideal proposto pelos estudiosos da Educação a Distância. Regularmente, tem-se verificado por parte dos alunos: reclamações diversas, aumento no grau de insatisfação e considerável evasão; especialmente entre o segundo e o terceiro semestre letivo. Diante deste contexto, nos perguntamos: a) Estas situações são de responsabilidade das tutorias? b) Será que as tutorias não têm acompanhado, interagido, orientado, motivado, estimulado e incentivado o acadêmico adequadamente e o suficiente para a autonomia e a responsabilidade da autoaprendizagem? c) Ou será que, o “burbúrio” existente, deve-se a interpretações equivocadas por parte dos acadêmicos sobre a real função e as diferentes responsabilidades existentes entre os tipos de Tutorias e o Professor EaD. Somado a falta de maturidade do aluno para com a modalidade da Educação a Distância?
Este estudo objetiva explorar e fundamentar as atividades, assim como, identificar possíveis deficiências na atuação das tutorias; percebidas e apontadas pelos acadêmicos, no tocante ao atendimento do desejo e das expectativas individual e coletiva. Também com relação à obtenção de apoio, orientações e explicações que contribuam para a intensificação e qualificação de um maior aprendizado para a formação profissional. Cuja proposta deve acontecer através da mediação, do diálogo, do feedback, do incentivo ao desenvolvimento de ideias teórico-curriculares e da troca de experiências de melhores práticas. Sempre atendendo ao plano de ensino disciplinar e os conteúdos programáticos contemplados na grade curricular de cada curso.
A fomentação constante e criativa por parte dos tutores para o exercício do pensamento crítico acadêmico, a geração de ideias próprias, da autocredibilidade e da autoafirmação, deve encabeçar o rol de atividades deste profissional. Pois, este processo é o que conduzirá o aluno EaD ao sucesso profissional no mundo moderno.


1 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
  

Para atender as necessidades do mercado de trabalho, foi percebido por especialistas da área educacional, que a única forma de oferecer uma formação continuada seria através da massificação do ensino-aprendizagem.
Assim, com base nas ideias precursoras de Henry Ford, especialmente sob o conceito de produção em massa, oriunda de um processo padronizado; surge a EaD para oferecer em grande escala a oportunidade de uma formação educacional. Seu grande diferencial é a facilidade do processo de estudo e a flexibilidade de tempo e espaço, promovida pela interatividade tecnológica. Esta forma de ensino foi criada e implantada para que, toda população residente em localidades distantes dos grandes centros urbanos, também pudessem ter a oportunidade de se qualificar e conquistar uma vida melhor.
Por isso, quando a pergunta é: “O que é EaD”? – diversas respostas são encontradas; como podemos evidenciar a que foi publicada no portal http://www.ead.com.br e diz: “O ensino a distância é uma modalidade que usa a tecnologia como principal aliada. Veio para facilitar o ingresso de alunos ao ensino superior”. Já, o Professor Valdivino Alves de Sousa assinando o texto publicado no portal http://www.mundovestibular.com.br apresenta a definição de EaD na íntegra como consta da legislação nacional:

Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o art. 80 da LDB lei n.º 9.394/96.).

O Professor José Manuel Moran (2011), um dos grandes estudiosos do assunto, define EaD, como sendo:

um processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, em que professores e alunos estão separados espacial e/ou temporariamente. É ainda ensino-aprendizagem em que professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas como a internet. (...).


Fagundes (1996) diz que:

A EAD pode assumir um novo papel dentro de uma sociedade em transformação. Mas, para isso, é necessário que a EAD também assuma novas concepções, servindo
a uma aprendizagem contextualizada e cooperativa, que atinja tanto as novas gerações quanto os indivíduos já em atividade profissional que necessitam reaprender constantemente e desenvolver novas habilidades.

Endossando a definição de Fagundes e considerando que “a nossa sociedade é uma sociedade aprendente” como define Assmann (1998), podemos afirmar que a Educação a Distância ganhou impulso graças a evolução tecnológica. Cuja facilidade de acesso oportunizou a disseminação da construção do conhecimento em toda sua amplitude; favorecendo uma formação continuada a todas as pessoas que tem interesse em aprender e se especializar a partir da autonomia do estudo.
A maioria dos alunos iniciantes ou pouco participativos confundem as funções e as responsabilidades dos professores e dos tutores. A falta de conhecimento e de preparo para esta metodologia faz com que muitos estudantes não consigam responder ativamente o processo do ensino-aprendizagem proposto, ocasionando o descontentamento e muitas vezes a evasão. O aluno EaD, precisa ser conscientizado de que nesta modalidade, ele não simplesmente figura, mas sim, faz parte/participa. Ou seja, ele integra o processo do ensino-aprendizagem e sua função é totalmente embasada na autogestão.
Mesmo com a expansão da EaD nos últimos anos, ainda há uma relevante deficiência teórica sobre as especificidades das funções de cada participante nesta modalidade de ensino. O que se encontra pode ser considerado como a base de um rol de atividades e responsabilidades de cada profissional. Entre outras razões, e por ser esta modalidade, considerada complexa e ainda desconhecida por boa parte da população, cada Instituição, opta por construir sua própria estrutura funcional de acordo com o que pretende oferecer ao aprendiz, tanto em ensino quanto em qualidade educacional.
 Ao aprofundarmos os estudos sobre a EaD, podemos ver que as responsabilidades se dividem e se complementam. O Professor tem a responsabilidade de selecionar e ministrar o conteúdo desenvolvido em linguagem adequada e específica ao público-alvo e fazer com que este seja disponibilizado através das ferramentas tecnológicas existentes e de fácil acesso aos usuários. Já a função da Tutoria é divida em duas: a) Tutoria a Distância - faz a mediação entre o estudante e o professor e b) Tutoria Presencial - tem como principal responsabilidade o corpo a corpo com o acadêmico. É deste profissional, a missão de: motivar, incentivar, acompanhar e principalmente trabalhar a relação teoria X prática do conteúdo ministrado. O estudante por sua vez, tem sob sua responsabilidade o equivalente a 60% (sessenta por cento) da construção do seu conhecimento. Cuja responsabilidade é composta por: autodisciplina, autoestudo, autogerenciamento, entre outros quesitos que a flexibilidade de tempo e espaço oferecida pela metodologia EaD oportuniza para a formação continuada sob autogestão.
Para concluir esta parcialidade, devemos ressaltar que outros profissionais <produtores de conteúdos, designers instrucionais e pedagogos> também estão inseridos no contexto operacional desta modalidade de ensino e assumem a difícil tarefa de repensar, criar, desenvolver e encontrar a forma mais adequada e completa de apresentação do conjunto de materiais didáticos e pedagógicos a ser utilizado por professores, tutores e acadêmicos, garantindo a facilidade de leitura, e principalmente a interpretação e compreensão do aluno na hora do autoestudo. São também responsáveis pela disponibilização dos mesmos no AVA, em tempo hábil para que se possa atender ao cronograma pré-estabelecido pela Instituição.

           
2 CORPO DOCENTE NA EAD


A função do Docente em EaD é considerada complexa, tendo em vista as diversas responsabilidades e as dimensões pertinentes a área didática, a área pedagógica e agora mais do que nunca a área tecnológica que faz do docente um eterno aprendiz.  Com esta concepção Belloni (2003) distribui a função do docente em sete atividades, são elas: Professor Formador, Professor Conceptor e realizador de cursos e materiais, Professor Pesquisador, Professor Tutor, Professor Tecnólogo, Professor Recurso e Professor Monitor.
Cada professor, independente da atividade que exerce, não pode perder sua identidade e através dela deve focar o ensino-aprendizagem. Neste contexto e de forma resumida complementamos a informação desta renomada estudiosa, ressaltando as principais funções de cada atividade. O professor formador – orienta o estudo e a aprendizagem; o professor conceptor – prepara os planos de ensino; o professor pesquisador – promove a constante atualização dos conteúdos e reflete sobre a prática pedagógica; o professor tutor – orienta o aluno e participa das atividades avaliativas; o professor tecnólogo – organiza os conteúdos e responde pelo suporte técnico - assegurando a integração entre a equipe técnica e pedagógica; o professor recurso – responde as dúvidas e dá suporte a questão da organização dos materiais didáticos e atividades avaliativas; por último o professor monitor – coordena e orienta os estudantes na exploração dos temas estudados.
Nessa perspectiva e verificando-se que o ensino e aprendizagem no espaço virtual são bem diferentes e demandam a mediação do professor” (Moran, 2000), especialistas em educação tem uma única opinião quando se diz que a EaD renovou o conceito da atividade do docente. Portanto, vamos analisar as principais funções de cada um.


2.1 Professor


O Professor EaD (conteudista) tem a responsabilidade de escolher, selecionar e elaborar: o conteúdo programático da disciplina, as atividades avaliativas e os exercícios de fixação para posteriormente serem, analisados, discutidos e se necessário, adaptados pela equipe pedagógica.
Almeida (2003) redefine o papel do professor e afirma que ensinar nesses espaços significa:

Organizar situações de aprendizagem, planejar e propor atividades; disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens; ter um professor que atue como mediador e orientador do aluno, procurando identificar suas representações de pensamento; fornecer informações relevantes, incentivar a busca de distintas fontes de informações e a realização de experimentações; provocar a reflexão sobre processos e produtos; favorecer a formalização de conceitos; propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem significativa do aluno. 

Podemos complementar o pensamento da Professora Doutora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, enfatizando que o Professor Conteudista deve ter domínio e manter-se atualizado com as novidades da disciplina sob sua responsabilidade; assim como, estar atento para com as implicações que a mesma promove ou sofre perante as demais áreas do conhecimento. Este profissional deve também, ser comprometido consigo mesmo, com seu grupo de formação e com a equipe multidisciplinar.
  

2.2 Professor Tutor


Dentre as várias teorias existentes, Silva (2008) ressalta que o tutor é um facilitador, é ele quem ajuda o estudante a compreender os objetivos do curso, torna-se um observador e é capaz de compreender as dificuldades e ajudar o aprendiz na resolução dos problemas de maneira adequada. O professor tutor é também a pessoa responsável pela mediação dos alunos com os conteúdos, estimulando debates e esclarecendo dúvidas.
Segundo Belloni (2003), para desempenhar bem o seu papel, o docente EaD, deve ter conhecimento de tecnologia da informação e estar disposto a constantes capacitações nesta área. Deve ter capacidade e habilidade pedagógica para promover a orientação e a motivação do aluno e também estar aberto a críticas, para conduzir de forma dinâmica e sintetizada as explicações sobre as diferenças existentes entre a modalidade EaD e a tradicional, àqueles que ainda possuem incertezas da viabilidade desta nova forma de ensinar e aprender. Azevedo (2003 apud VARGAS, 2006) afirma que o fato de um professor ser especialista em sua área e ser um bom professor presencial não significa que ele, automaticamente, saberá atuar diante de uma turma em um ambiente virtual de aprendizagem. Por isso, é preciso dar destaque à importância da capacitação ou formação pedagógica específica para esta metodologia. Da mesma forma, é imprescindível para este profissional ter habilidade no relacionamento interpessoal e que de forma pró-ativa valorize um processo de formação flexível, com abertura para os constantes diálogos e negociações durante o período da aprendizagem (CARVALHO, 2007).
Para que a Educação a Distância, atinja o máximo grau de qualidade na oferta do curso, as Instituições de Ensino que prezam e valorizam a educação na sua plenitude, adotam e dividem a função e as responsabilidades da Tutoria em: Tutoria a Distância e Tutoria Presencial e também atentam para que os profissionais que exercerão estas atividades tenham formação específica na área de ensino, habilidade investigativa e de pesquisa, além de competências pedagógicas, tecnológicas, didáticas, pessoais, linguísticas e de trabalho colaborativo. 


2.2.1 Tutor a Distância (TTD)


Collins e Zane (1996, apud Pallof; Prat, 2002) reconhecem as inúmeras tarefas e papéis exigidos do professor online em quatro áreas distintas: pedagógica, gerencial, técnica e social.
Jesus (2011) evidencia a função pedagógica da seguinte forma:

o tutor tendo domínio do conteúdo pedagógico fomenta um ambiente social, amigável, essencial à aprendizagem online. Auxilia os alunos a caminharem por uma estrutura flexível, explorando não só os materiais do curso como também buscando outras fontes e estabelecendo debates. No ambiente online, o professor assume o papel de facilitador, conduzindo o grupo ao pensamento crítico, sempre suscitando a autonomia do aluno e a construção do conhecimento.

Collins e Berge (1996, apud Pallof; Prat, 2002) referem-se à função social como:

estimulo as relações humanas, com a afirmação e o reconhecimento da contribuição dos alunos; isso inclui manter o grupo unido, ajudar de diferentes formas os participantes a trabalharem juntos por uma causa comum e oferecer aos alunos a possibilidade de desenvolver sua compreensão da coesão do grupo.

Esta tarefa do envolvimento social fará com que aluno sinta-se motivado no decorrer da sua vida estudantil. O feedback fornecido regularmente pelo tutor impulsionará a autoestima e a autoconfiança do estudante. Como defende Jesus (2011), a utilização de estratégias de comunicação via comunidades virtuais, como os fóruns colaborativos e tira-dúvidas; cria um ambiente confiante e aberto e toda a comunidade. Que por sua vez, consegue perceber que estes ambientes são compostos por pessoas e que todas elas trazem consigo uma experiência de vida e saberes a serem compartilhados.
Para que o acompanhamento de uma turma virtual seja eficaz, o Professor Tutor deve manter certa disciplina no atendimento. De forma que o acadêmico consiga sentir a constante presença do docente, independentemente da ferramenta (síncrona ou assíncrona) utilizada. Assim, para atender as expectativas do acadêmico, o tutor deve adotar a prática da agilidade nas devolutivas e elaborá-las com qualidade e abordar todo o questionamento do aprendiz. (JESUS, 2011) nos observa que “o tempo exigido nos ambientes virtuais é grande, é preciso gerenciá-lo e ajudar os alunos a fazer o mesmo”.  Portanto, é imprescindível que o tutor conecte-se regularmente para responder e-mails, orientar, acompanhar os fóruns, intermediar debates, entre outros afazeres pertinentes a interatividade.

Segundo Azevedo (2005)

é preciso que o tutor crie e organize rotinas e escolha de modo consciente aquilo que vai e o que não vai fazer de acordo com o que é realmente importante. A sensação de presença constante do professor é resultado da combinação de dois fatores: a assincronia, que permite a comunicação, mesmo quando as pessoas não estão conectadas ao mesmo tempo e a regularidade de conexão do tutor, que não precisa ocorrer o tempo todo, mas deve seguir um padrão (pela manhã, à tarde, toda noite, ou um pouco em cada turno).

Vale ressaltar que alguns teóricos afirmam que o “silêncio virtual” do aluno, nem sempre é negativo e Gonçalves (2006) endossa essa opinião, quando diz: “em alguns momentos, o professor deve respeitar o silêncio dos alunos e não ser invasivo, pois suas intervenções podem ser ineficientes”.


2.2.2 Tutor Presencial (TTPRE)


Por ter a EaD uma formatação diferenciada, onde a flexibilidade de tempo e espaço é a sua linha mestra, a presença do Tutor Presencial é indispensável, para orientar e apoiar os estudantes na adaptação desta modalidade de ensino. Promovendo o desenvolvimento da autoconfiança e a capacidade individual da mudança na cultura estudantil. A tarefa de conscientização do acadêmico na postura ativa e participativa é a maior responsabilidade do tutor presencial, assim como, fazer com que o aprendiz consiga conquistar e se adaptar de maneira rápida e irreversível a responsabilidade individual pertinente ao papel do acadêmico EaD, ou seja, o aluno deverá conseguir ter autodisciplina, realizar autoestudo e especialmente ter capacidade de autogestão.
O trabalho do tutor presencial é intenso e sua presença em sala de aula é fundamental. O acompanhamento assíduo nas discussões teóricas, a orientação da participação dos alunos nos debates, a verificação da qualidade e o comprometimento das relações interpessoais e a existência de possíveis desvios de interesse, são atividades que precisam ser realizadas in loco.
 Enfim, ao exercer plenamente suas funções pedagógicas, sociais, gerenciais e técnicas, o Tutor Presencial deve ter em mente que sua missão exige também: a capacidade e a habilidade em estimular e promover a formação de grupos de estudo, incentivar e ensinar o uso dos recursos tecnológicos disponibilizados para a aprendizagem, especialmente a participação ativa e constante nos fóruns e chats (gerenciados pela tutoria virtual); bem como a aplicação das atividades presenciais obrigatórias. Estimular os estudantes a criarem novos hábitos e comportamentos, no sentido de traçarem uma estratégia de desenvolvimento intelectual dentro do cronograma do curso e apoiar os alunos no que tange ao conteúdo específico da área de formação. Tirar suas dúvidas e apontar-lhes alternativas para a aprendizagem e resolução de problemas, recomendar leituras, pesquisas e atividades complementares, como por exemplo: aguçar-lhes o desafio da experimentação.
Fica evidente assim, a importância da atuação deste profissional que promoverá, em diferentes momentos, o convívio e a interatividade entre alunos e demais personagens do processo da EaD. Cabe também ao tutor presencial, promover o exercício da interatividade, da colaboração e do incentivo ao intercâmbio de experiências entre os alunos. Privilegiando e reforçando a comunicação em grupos, corroborando na construção do conhecimento coletivo.


3 O ALUNO EaD


Maia (2007) afirma que na Educação a Distância “o centro do processo de ensino e aprendizagem não é mais o interesse do professor na disciplina, mas sim o que o aluno precisa aprender”.
Sob esta nova percepção, o aluno EaD deve ser capaz de estudar em ambientes informatizados, deve ser autodeterminado e ter capacidade de selecionar e tomar decisões. Deve desenvolver o autoestudo, adotando uma metodologia própria, participar de grupos de estudos presenciais e virtuais, além de adquirir desenvoltura no decorrer das atividades estudantis, praticando a inserção no ambiente profissional.
São também características do aluno desta modalidade de ensino: autonomia e automotivação, independência e autodisciplina, ter habilidades de gerir o seu próprio tempo e de conseguir realizar as tarefas correspondentes a cada tema estudado, assim como, ter familiaridade e habilidade com as ferramentas tecnológicas existentes.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A principal característica da EaD é a coletividade, ou seja, todo o processo educacional é planejado, desenvolvido e executado por uma equipe multidisciplinar, com foco no aluno que é o ator principal. Por isso, é denominado por alguns estudiosos de “ensino multifacetado”. Esta modalidade de ensino exige funções especializadas para compor o programa do curso, que deve atender na íntegra todos os requisitos didático-pedagógicos exigidos pela legislação nacional. Assim, partindo da veracidade da expressão coletiva de que na educação a distância “são as instituições quem ensinam”, é possível entender o grau de complexidade das funções atribuídas ao corpo docente, diferentemente da executada no ensino tradicional.
Na ótica da sociedade, o “Professor” ainda é tido como um ícone referencial. Por isso, com o advento da globalização e mais recentemente com a crise da economia internacional, somado aos movimentos sociais voltados para a sustentabilidade, para a responsabilidade social e para com o meio ambiente; o Docente EaD, tem a responsabilidade de estar em atualização constante na sua área de conhecimento e no tocante as inovações tecnológicas. Ele deve ser pró-ativo e estar preparado para sempre ter alternativas de solução ao ser questionado pelos aprendizes e também pela comunidade estudantil.
Na concepção desta metodologia, os Professores e os Tutores passam a ter uma nova função, muito mais rica e valiosa, pois, sem deixar a responsabilidade de ser um transmissor de conhecimentos, passa também a ser um orientador, um amigo, um conselheiro do estudante. E com esta nova atuação, o Docente promove um aumento do grau de confiabilidade e autonomia no acadêmico.
Considerando os estudos realizados, é possível observar que muitas reclamações nos bastidores do mundo acadêmico, não são provenientes da atuação dos Tutores <Presenciais e a Distância>. Mas, sim de fatores operacionais, como por exemplo: atraso na entrega e disponibilização de materiais didáticos; falta de devolutivas dos setores administrativos, financeiros e secretaria; falhas no sistema tecnológico que dificulta o acesso do acadêmico no portal e em especial no AVA (ambiente virtual de aprendizagem). As ferramentas assíncronas como os Fóruns, nem sempre são desenvolvidas de forma facilitada para a participação do estudante.  O horário de atendimento da Tutoria a Distância no Chat (sala de bate papo) é incompatível com a disponibilidade de horário do acadêmico para a interação síncrona.
Uma das grandes reclamações dos estudantes refere-se a orientações mal elaboradas no tocante as atividades avaliativas (desafios de aprendizagem, atividades práticas supervisionadas, questões de provas, etc.), onde na maioria das vezes não transmite claramente o objetivo final da atividade ou a finalidade a que se propõe tal exercício/estudo. A indisponibilidade de material bibliográfico atualizado nas dependências da biblioteca; os Livros-Textos indicados, muitas vezes com redação complexa, que não colaboram e/ou até dificultam a aprendizagem autônoma, assim como o atraso na entrega dos mesmos, ficando o acadêmico sem material pessoal para o autoestudo. A biblioteca digital com pouca disponibilidade de referenciais e os materiais complementares ou de apoio (artigos e vídeos) são constantes de links desatualizados ou conteúdos com grande extensão, geralmente disponibilizados em cima da hora da aula, impossibilitando o estudo prévio do conteúdo, como prevê a metodologia EaD, além das deficiências de laboratório de informática e a falta de espaços individuais ou coletivos específicos para estudo em equipe. A disponibilização de vídeo aulas (aulas gravadas) em horário de aula satelitária que deveria ser ao vivo com promoção da participação interativa e em muitas ocasiões o professor ministrante trabalha sentado – a hora aula inteira, sem transmitir motivação e autenticidade de interatividade, somado a insegurança da relação teoria X prática na exemplificação de conteúdos, entre outros que completam o rol das principais reclamações destes estudantes.   
Para concluir, pode-se dizer que o sucesso do aprendizado, nesta modalidade de ensino, depende de vários fatores. Sendo o principal deles o uso da criatividade e responsabilidade conjunta, entre a Instituição de ensino e o tutor presencial, que consegue com o seu trabalho, dinamizar e minimizar muitas das situações, diminuindo o grau de insatisfação do estudante. Ambos devem oferecer ao acadêmico um diálogo adequado, independente de ser síncrono ou assíncrono; envolvendo materiais didáticos, conteúdos programáticos atualizados e específicos para a área de formação. Assim como, a disponibilização em tempo hábil de atividades práticas a serem executadas através de ferramentas tecnológicas que anulem ou pelo ao menos diminuam a percepção da distância física. E que o aluno EaD, precisa ser conscientizado de que ele faz parte, que ele integra e participa do processo de ensino-aprendizado no qual está inserido. Porque na Educação a Distância, o aluno é o centro das atenções, ele tem função diferenciada da metodologia do ensino convencional. Sua função é totalmente embasada na autogestão.
Enfim, considerando que a responsabilidade das premissas levantadas para este estudo, é bilateral; acredita-se que somente com o tempo, a experiência e a maturidade das partes é que esta modalidade de ensino será solidificada conforme seu propósito de criação. Ou seja, surgiu para contribuir definitivamente com uma sociedade mais justa e equilibrada socialmente.
A expectativa final é de que este estudo contribua para que instituições, docentes, equipes multidisciplinares e acadêmicos, repensem suas atribuições e responsabilidades e consigam em curto espaço de tempo encontrar fórmulas para que haja disseminação e compreensão desta fantástica modalidade de ensino. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


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ASSMANN, Hugo.  Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente. Petrópolis: Vozes, 1998.

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FAGUNDES, Léa da Cruz. Aprendizagem Cooperativa em Ambientes Telemáticos. Informática na Educação: Teoria & Prática / Curso de Pós-Graduação em Informática na Educação, v 2, n 1, Porto Alegre: UFRGS, 1996, p 19-28.

GONÇALVES, Maria Ilse Rodrigues. Reflexões sobre “o silêncio virtual” no contexto do grupo de discussão na aprendizagem via rede. 2006.

JESUS, Ana Maria Ribas de.  A tutoria em ambientes de EAD. IV Encontro Nacional de Hipertexto e Tecnologias Educacionais. Universidade de Sorocaba, 2011.

MAIA, Carmem; MATTAR, João. ABC da EaD. 1 ed. São Paulo: Pearson Prentice-Hall, 2007.

MORAN, José Manuel. Fundamentos, políticas e legislação em EaD. Departamento de Extensão e Pós-Graduação. Anhanguera Educacional, 2011.
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PALLOFF, Rena; PRATT, Keith. Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço. Porto Alegre: Artmed, 2002.

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http://www.ead.com.br/o-que-e-ead/ - acesso realizado em 14/ago/12.